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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Comentário do Jogo - PSG 2 x 0 Olympique de Marselha


A oitavas-de-final da Copa da France colocaram frente a frente o Olympique de Marselha, time tradicionalissimo da França, contra o Paris Saint-Germain, novo time bilionário do futebol mundial. Com isso, seria a segunda vez que os dois times se enfrentariam em um espaço de quatro dias. Pela liga doméstica, o PSG já havia batido o OM pelo placar de 2 a 0. Entretanto, apesar da repetição do placar, essa partida acabou sendo bem diferente da anterior. Primeiro, porque o PSG colocou em campo um time cheio de "reservas" - jogadores que não tinham muitos minutos de jogo - bastante diferente do time que entrou em campo no final de semana. Segundo, porque ao contrário do primeiro jogo, onde o Olympique de Marselha dominou a partida, forçando o goleiro Sirigu - titular, quem jogou hoje foi Douchez - a fazer inúmeras defesas, hoje o time do sul da França só chegou a ameaçar quando já estava perdendo por 2 a 0.

O grande destaque do jogo, em termos midiáticos, foi a primeira titularização de David Beckham, que já havia entrado no final do jogo de domingo, participando inclusive do segundo gol. Aqui, Beckham jogou no meio-campo fazendo uma dupla com Matuidi, que teve pernas para correr pelos dois. Pelo lado direito da linha de quatro jogadores de meio, onde o inglês se consagrou, quem jogou foi Chantôme. Do lado esquerdo, Jeremy Menez - que perdeu recentemente a vaga de titular no time para Lucas, ex-São Paulo. A dupla de ataque foi formada por Ibrahimovic e Gameiro. No gol, o reserva Douchez jogou, como é prática corrente em jogos de copas domésticas na Europa. A linha defensiva foi formada por Van der Wiel, Camara, Sakho e Maxwell. 

O Olympique, por outro lado, jogou com exatametne o mesmo time do jogo no final de semana. Mandanda no gol, a linha defensiva formada por  Fanni, N'Koulou, Mendes e Morel. A dupla de volantes composta por Romao e Barton - que ganhou notoriedade ao criticar publica e duramente a nível de jogo de Neymar. A linha de três armadores formado por André Ayew, pela esquerda, Valbuena e Kadir, pela direita. A frente, o centro avante Gignac.

O lado negativo de repetir o time por parte do OM fez com que o PSG já conhecesse a maioria dos pontos fortes do adversário. As subidas constantes do lateral esquerdo Morel foram contidas com a escalação do "volante" Chantôme pela direita, ao invés de Beckham, o que poderia ser encarado como a configuração natural. Além disso, Ibrahimovic se posicionou entre o lateral esquerdo e o zagueiro, de forma a tentar inibir as suas subidas, ou tentar tirar proveito disso. De fato, os dois gols do PSG saíram de lançamentos longos que Ibrahimovi recebeu nesse espaço e ficou no mano a mano com o zagueiro. A exibição de Ibrahimovic também foi um contraste com o primeiro jogo, em que ele pouco apareceu.

A presssão do PSG na saída de bola também foi notável, e evidencia uma caracteristica muito interessante dos times de Carlo Ancelotti. Utilizando um 4-4-2 considerado por muitos como obsoleto na Europa, ele consegue repetir algo que fez no Milan e no Chelsea. Encaixar nos seus times jogadores de grande capacidade técnica, com uma boa mistura de energia e criação. Na Itália, escalou juntos Kaká, Rui Costa, Shevchenko, Seedorf e Pirlo, com apenas Gattuso de caracteristicas defensivas do meio pra frente. Em Londres, foi campeão inglês escalando Ballack, Malouda, Lampard, Kalou, Anelka e Drogba no jogo final. A chave aqui é manter uma rigidez tática que impressiona. No final de semana, foram escalados juntos: Lavezzi, Ibra, Lucas, Pastore e Verrati, com Matuidi o energético combatente no meio-campo.

No jogo de hoje, Beckham, no auge dos seus 37 anos, pôde ser escalado graças a disposição dos seus companheiros Chantôme e Matuidi. O primeiro marcava Morel - lateral-esquerdo - na fase defensiva, e na fase ofensiva vinha para o meio, ajudando a manter a briga de números no meio-campo e abrind o corredor para Van der Wiel, que teve um grande jogo no combate direto a André Ayew. O segundo pressionava a saída de bola pelo meio, e correu o jogo inteiro por Beckham. Também se destaca a aplicação tática de Menez, que jogou pelo lado esquerdo do campo, e compôs bem a segunda linha de quatro. Ao inglês, restava a função de distribuir o jogo a partir de trás, algo que ele não desempenhou tão bem, fora o lance do segundo gol. A possível fragilidade defensiva que ele representava jogando a frente da defesa foi amenizada pelo fato de que o camisa 10 do time do Olympique de Marselha, Mathieu Valbuena - titular da seleção francesa - é um jogador que joga muito mais pelos lados do campo, setor muito bem cuidado pela disposição de jogadores do PSG.

No conjunto da obra, analisando os dois clássicos em sequência, impressiona que o PSG tenha batido o Olympique com tanta facilidade, mesmo que no primeiro jogo o placar não seja um bom reflexo do número de oportunidades criadas. O time do Olympique é o terceiro colocado no campeonato francês, e até hoje, um dos poucos que poderia se candidatar a tirar a provável futura hegemonia do time do PSG. Entretanto, nada disso aconteceu, e o time de Paris passou por cima desse oponente de respeito. Com isso, o time de Ancelotti olha agora para o jogo da volta contra o Valencia, dia 6 de março, já com o placar favorável de 2 a 1 obtido fora de casa. Grandes chances de uma vaga nas quartas de final também da UEFA Champios League.

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