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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Espanha 1 x 5 Holanda - Grupo B -- Notas Rápidas

Na revanche da final da Copa de 2010, a Holanda passou por cima dos atuais campeões. O placar mais elástico até agora da Copa contou com dois gols cada para Robin Van Persie e Robben. Mas o destaque ficou para o jovem Daley Blind, com dois lançamentos magistrais para os dois primeiros gols.


Vicente Del Bosque optou pela escalação de Diego Costa, apesar de dúvidas sobre o seu físico. Ao seu lado, David Silva. Começou o jogo dominando as ações e a posse como é a sua grande caracteristica, ou melhor, filosofia. Xavi, Iniesta, Silva e Costa formavam um quadrado que se movimentava demais. Silva nominalmente era o meia direita, mas ele circulava pelo ataque como um legitimo segundo atacante. 

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A Holanda tinha quatro veteranos da final de 2010 em campo: Robben, Van Persie, Sneijder e De Jong. Os outros jogadores eram novatos. A estratégia declarada do técnico Van Gaal era de 7 jogadores correndo pelos três da frente. E correram muito. Armado em um 3-4-3, o time da Holanda marcava como uma linha extremamente alta. Como a Espanha tinha apenas Diego Costa na frente, o terceiro zagueiro virava um volante e pegava um meia espanhol, por vezes passando do meio-campo nessa marcação.

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O curioso é que enquanto todos os times que enfrentaram o tiki-taka ultimamente adotaram mais ou menos a mesma estratégia - ou seja, linhas recuadas e compactas, saindo em velocidade - a Holanda ia na mão contrária, com linhas bem adiantadas. Isso justificava um pouco a escalação de Diego Costa, que gosta de correr com a bola, explorando e desmontando as linhas adversárias. E de fato, foi o que aconteceu no primeiro tempo, quando Costa cavou outro pênalti inexistente nessa. Ele recebeu passe em profundidade na defesa da Holanda de David Silva, que saída da direita para circular no ataque da Espanha.

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Van Persie no momento do gol de empate
Mas a Holanda chegou ao empate no final do primeiro tempo, com um momento de genialidade de Van Persie e de Daley Blind, o ala esquerdo do 3-4-3 holandês. Com muito espaço - devido ao movimento de Silva, que largava a ponta direita e Azpilicueta que não marcava em cima - o novato Blind fez um lançamento magistral por trás da linha defensiva da Espanha, que encontrou a cabeça de Van Persie, encobrindo Casillas. Os holandeses não criavam consistentemente, mas o placar marcava 1 a 1 no intervalo.

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No segundo tempo, o jogo mudou completamente. Muito graças a Blind. Novamente com muito espaço, ele fez outro lançamento milimétrico que dessa vez encontrou Robben. Ele dominou perfeitamente, puxou para a esquerda e marcou o seu gol. Logo depois, Blind sofreu falta na ponta esquerda e da cobrança saiu o terceiro gol da Holanda. Nesse momento, a Espanha estava derrotada. Del Bosque ainda fez substituições, colocando Pedro e Torres no lugar de Xabi e Costa. Pedro foi jogar como ponta direita para tentar prender mais Blind. Pouco adiantou.

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Casillas levou mais dois gols. Humilhantes à sua própria maneira. O goleiro espanhol jogou a Liga dos Campeões e a Copa del Rey, sendo campeão das duas. Mas foi reserva na Liga Espanhola para Diego Lopez. Esse ritmo quebrado pode influenciar na campanha da Espanha, algo similar que pode acontecer com Júlio César no Brasil. O primeiro gol de cabeça de cobertura de Van Persie foi algo similar ao gol que ele levou de Godin na final da Liga dos Campeões, quando ele ficou no meio do caminho.

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Do trio de frente da Holanda, Van Persie e Robben se destacaram e se vingaram da Espanha. Sneijder por outro lado, teve pouca participação, e ainda perdeu oportunidades de aumentar o placar no segundo tempo. O fato do grande responsável pela armação de jogadas ter atuação apagada mesmo com uma goleada dessas mostra como a estratégia da Holanda era de um futebol de pressão e ligação direta. Isso foi possível graças principalmente aos lançamentos de Blind pela esquerda, que teve muito espaço. Sem pena, os holandeses destruíram os atuais campeões mundiais, se vingando pela final de 2010.



 



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