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domingo, 26 de junho de 2016

Croácia 0 x 1 Portugal - Oitavas-de-Final - Euro 2016

Nani e Ronaldo escalados como dupla de atacantes. Os quatro homens de meio-campo de Portugal focaram em marcar a Croácia. Adrien Silva avançava para pressionar Modric, impedindo-o de criar com liberdade.


Escalações

O técnico Fernando Santos mudou várias coisas em relação ao time-base  de Portugal. Cedric ganhou a vaga de Vierinha na lateral-direita, enquanto o zagueiro José Fonte jogou ao lado de Pepe. No meio, Adrien Silva substituiu João Moutinho, enquanto João Mário foi o escolhido pela ponta-direta, com Ricardo Quaresma no banco.

A Croácia começou com seus nomes mais conhecidos em campo. Modric e Rakitic jogaram no meio-campo ao lado de Milan Badelj. Mandzukic, ex-Atletico de Madrid e Bayern e atual centroavante da Juventus começou na frente acompanhado de Perisic, autor do gol da vitória contra a Espanha e Brozovic. Atrás, Corluka teve a companhia de Vida, com o capitão Srna na lateral direita e Strinic na esquerda.

Meio-Campo Funcional de Portugal


Ao contrário da época em que tinha Deco e Figo, ou mesmo Moutinho, dessa vez Portugal jogou com um meio-campo muito funcional. Provavelmente o técnico Fernanod Santos decidiu que não conseguiria disputar a posse de bola com o talentoso meio-campo croata, e adotou uma postura bastante pragmática.


Os pontas João Mário e André Gomes tinha principalmente responsabilidade defensivas. Além de acompanhar os laterais adversários. eles compactavam lateralmente para criar superioridade numérica e atrapalhar as linhas de passe croatas. O objetivo é que Nani e Ronaldo ficassem livre para usar sua velocidade contra os lentos zagueiros croatas.

Adrien Silva foi preferido no lugar de João Moutinho, um jogador mais criativo. Silva foi encarregado de pressionar Luka Modric, impedindo-o de sair tocando. Ele muitas vezes perseguiu Modric em posições bem avançadas. Ás vezes fazia falta, outras vezes conseguia recuperar a bola em boas posições para iniciar contra-ataques.


Croácia tem a posse de bola, mas não leva perigo.



Ciente do perigo do contra-ataque português, a Croácia foi muito cautelosa com a bola. A marcação de Adrien Silva forçou Modric a recuar bastante para iniciar as jogadas, o que fez com que a Croácia perdesse muito ofensivamente. Acabou concentrando a posse em zonas defensivas, com poucas penetração. O jogo acabou sem nenhum chute na direção do gol nos 90 minutos.


Rakitic, que joga na meia-direita no Barcelona, foi escalado como camisa 10, jogando mais avançado que o habitual. Como a bola não chegava, ele começou a buscar mais o jogo. Essa movimentação causou alguns problemas para os portugueses, que tiveram de recorrer a falta para pará-lo. Por isso, ele acabou terminando o primeiro tempo com 5 faltas sofridas, o maior de todos em campo. 

Renato Sanches

Logo no início do segundo tempo, Fernando Santos tirou André Gomes e colocou a jovem revelação Renato Sanches. Com isso, Portugal se restruturou em um 4-3-3, com Ronaldo se tornando o centroavante e Nani jogando na ponta-direita. Sanches causou um impacto imediatamente, tabelando com José Mário e conseguindo um chute a gol. Depois de concentrar em segurar a Croácia no primeiro tempo, Portugal agora buscava ter mais qualidade para buscar o gol, introduzindo um elemento criativo no meio-campo que não havia antes. Também funcionou para encaixar de vez a marcação nos dois times.

No segundo tempo, o padrão se repetiu. A Croácia teve a bola, e até criou um pouco mais, mas Portugal negava o espaço nas áreas mais perigosas, forçando os croatas a buscarem o jogo pelas laterais. Rakitic continuava sem espaço para jogar, terminando com menos passes no terço final do que Luka Modric, que jogou mais recuado e foi mais efetivo em encontrar companheiros com espaço. O jogador mais perigoso da Croácia foi Perisic, que terminou o jogo com sete chutes, apesar de nenhum ter ido na direção certa.


Prorrogação


Para a prorrogação, ambos os técnicos fizeram alterações buscando aumentar o poder ofensivo. Kalinic substituiu Mandzukic, que jogou sem estar 100%. Kalinic foi bem no jogo da Espanha, mas acabou perdendo a vaga para esse jogo. Santos trocou José Mário - que teve um forte papel defensivo - por Ricardo Quaresma, um habilidoso ponta. Também acabou trocando o esgotado Adrien Silva, que passou o jogo todo como sombra de Modric, por Danilo, um volante. Com isso, William e Danilo ficaram na proteção da defesa, com Renato Sanches tendo um pouco mais de liberdade.

Portugal no 4-3-3 para encaixar bem a marcação na Croácia. Renato Sanches um elemento de criatividade.
A prorrogação foi muito mais emocionante que o tempo regulamentar, pois a Croácia decidiu arriscar mais. Ironicamente, isso também ajudou Portugal, que teve mais espaço para a velocidade de seus atacantes. No mesmo lance, a Croácia conseguiu uma bola na trave de Portugal, mas Cristiano Ronaldo recuperou a bola na defesa, e acionou Sanches. A jogada teve a participação dos quatro homens mais ofensivos de Portugal, com Quaresma fazendo o gol. Com 5 minutos para o fim da partida, era o fim da linha para a Croácia.

Conclusão

Portugal começou com uma estratégia bem pragmática, focado em negar tempo e espaço para Croácia em áreas perigosas, o que a forçou a ter a bola na defesa, com Modric jogando entre os zagueiros muitas vezes, empurrado para trás por Adrien Silva. Não foi uma atuação de total controle, e a Croácia teve suas chances, mas nenhuma delas foi clara. Na prorrogação, a Croácia se lançou ao ataque, e poderia ter conseguido seu gol. Portugal teve sorte, e soube aproveitar os espaços deixados pelo adversário. 

A qualidade do jogo foi abaixo da média, principalmente devido ao medo de ambos os times. Portugal tinha medo da qualidade técnica do meio-campo da Croácia, e colocou quatro jogadores no meio-campo com a principal função de atrapalhar o toque de bola croata. Já a Croácia teve medo da velocidade de Ronaldo e Nani, e por isso foi muito cautelosa com a bola, evitando jogadas mais arriscadas. Apenas na prorrogação essa situação mudou, e por isso saiu o gol. 


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