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sábado, 11 de junho de 2016

Resumão Copa América

A Copa América está marcada pelo equílibrio. Algumas equipes consideradas favoritas mostraram muitas dificuldades para enfrentar times de menos tradição. Leia abaixo uma rápida análise do que aconteceu nas duas primeiras rodadas da competição.



Grupo A


A Colômbia mostrou sua força e se tornou o primeiro time classificado para as quartas-de-final. Frente aos resultados recentes, é possível afirmar que ela está a tomar a posição de terceira força do continente - passando o Chile. O craque do time, James Rodriguez, passou o primeiro semestre no banco do Real Madrid, o que acaba ajudando a Colômbia porque ele chega descansado e motivado para mostrar seu valor. A Colômbia deve confirmar seu primeiro lugar frente a Costa Rica nesse sabádo. Com isso, pega o segundo lugar do grupo B.

Os anfitriões Estados Unidos começaram com derrota para a Colômbia, um time definitivamente superior. Conseguiram uma boa vitória sobre a Costa Rica, o que ajudou a retomar a confiança. Entretanto, o último jogo contra o Paraguai será uma disputa direta pela segunda vaga. Se você olhar pelo lado de que o Paraguai só empatou com a Costa Rica, a vantagem é norte-americana. Por outro lado, se você olhar pelo fato de que o Paraguai só perdeu de 2 a 1 para a Colômbia, o jogo fica bem mais equilibrado. Considerando ainda o fator casa, o favoritismo é norte-americano, mas o Paraguai pode se revelar um convidado mal-educado.

Possível Surpresa: Paraguai eliminando o EUA.

Craque do Grupo: James Rodriguez, meia da Colômbia.



Grupo B

O Brasil apenas empatou sem gols com o Equador na estréia, o que causou consternação e muitas críticas ao time brasileiro. Muitas delas fazem sentido, mas, frente ao contexto revelado pela competição - vide a eliminação do Uruguai e as dificuldades do Chile - o resultado acaba se justificando pelo momento dos dois times. Contra o Haiti, o Brasil repetiu o tenebroso placar de 7 a 1. Enquanto esse placar pode fazer o Brasil se sentir como uma Alemanha, deveria mesmo fazê-lo sentir como o Haiti. Com isso, o Brasil é definitivamente o mais fraco dos quatro favoritos ao título. O jogo contra o Haiti pouco pode fazer em termos de justificar qualquer análise mais profunda de desempenho da equipe. As poucas observações que podemos fazer são: Gabigol entrou melhor que Jonas, apesar do jogo já estar resolvido no segundo tempo. Phillipe Coutinho é o dono do time na ausência de Neymar. Quando o jogador do Barcelona voltar, é necessário encontrar uma forma de escála-los juntos. Coutinho pode jogar nas pontas, mas também como meia por dentro. Eu preferiria-o no lugar de Elias.

O Peru venceu o Haiti por apenas 1 a 0, o que pode sinalizar uma facilidade para o Brasil. Mas conseguiu o empate com o Equador, o que há de ligar o alerta na Seleção. Considerando que o Equador vencerá o Haiti na última rodada, o perdedor de Brasil vs Peru estará eliminado, o que mostra a importância do jogo. Pelo Brasil, Casemiro não jogará, provavelmente substituído por Wallace, do Grêmio. Será preciso entrar concentrado para evitar surpresas nessa etapa do campeonato.

Possível surpresa: Peru eliminando o Brasil.

Craque do Grupo: Phillipe Coutinho, ponta-esquerda do Brasil.

Grupo C

O equílibrio, e a zebra, mostrou sua cara no grupo C. O México venceu suas duas partidas, jogando em um esquema fora-do-comum e contando com a força da presença maciça de torcedores mexicanos no EUA. Mesmo assim, mostrou alguns problemas nas duas partidas, deixando o Uruguai crescer no jogo após o intervalo, e contra a Jamaica levou mais chutes do que deu. É um time bom, ofensivo, e bem treinado, que virá forte em busca do título. Infelizmente, já deu mostras de seus pontos fracos, que com certeza serão bem explorados pelos adversários mais complicados. Além disso, não é uma boa época para times muito ofensivos - vide Bayern e Barcelona contra Atlético de Madrid.

A partida mais surpreendente desse grupo se deu no enfrentamenteo entre Uruguai e Venezuela. O Uruguai veio para o jogo precisando da vitória, e encontrou o último colocado das Eliminatórias Sul-Americanas. A Venezuela vinha de uma vitória contra a Jamaica, no que todos achavam ser o confronto entre os últimos colocados do grupo. Entretanto, a Venezuela mostrou uma simplicidade eficaz no seu esquema de jogo. Em um 4-4-2 com toques de Leicester e Atlético de Madrid, bloqueou muito bem o Uruguai no segundo tempo, que teve muita dificuldade em encontrar uma forma de atacar, apelando demais para bolas alçadas na área a partir da intermediária. A Venezuela fez seu gol em lindo lance de Alejandro Guerra, que quase fez o gol do meio-campo. Muslera defendeu, e Rondon fez o gol no rebote. Guerra, pela direita e Peñaranda, pela esquerda, são bons e habilidosos jogadores, que podem dar trabalho a qualquer time. É verdade que o Uruguai teve chances no final, especialmente com Cavani perdendo gols que não costuma perder, mas a Venezuela foi mais organizada e soube aguentar a pressão no final.

Com Venezuela e México já classificados à segunda fase, o confronto entre eles na terceira rodada deve definir o primeiro colocado. O jogo é especialmente importante pois o segundo colocado deve enfrentar a Argentina logo nas quartas-de-final. Taticamente, o jogo tem ares de Atletico de Madrid vs Bayern Munique. O México deve tomar a iniciativa, mas a Venezuela vai se defender bem, e pode causar problemas a defesa mexicana, que as vezes fica muito exposta.

Possível surpresa: Venezuela tomando o primeiro lugar do grupo.

Craque do Grupo: Empate: Juan Carlos Osorio, técnico do México, e Alejandro Guerra, atacante da Venezuela.



Grupo D

A Argentina se candidata fortemente ao título da Copa América, com uma vitória sobre outro time forte do continente (Chile) sem Messi, e uma goleada com ótima participação do craque do Barcelona. Com isso, a Argentina mostra que é um time forte, e que a presença de Lionel com fome de jogo o coloca instantaneamente em um nível acima de todos os outros. Atenção ainda à dupla Di Maria e Banega, responsável pelo lado esquerdo do time. Contra o Chile, foram a principal força da equipe, que mostrou ainda que sabe fazer uma pressão avançada muito forte, tornando-o um time muito antenado com o momento tático. Classificada, deve passar facilmente pela Bolívia, possivelmente com outra goleada.

Depois do Uruguai, a maior decepção do torneio é o Chile. Depois de anos sob o comando de Marcelo Bielsa e Jorge Sampaoli, dois técnicos alinhados na sua filosofia, a troca depois da vitória na Copa América de 2015 mostrou-se completamente desfavorável ao time chileno. Perdeu muito da intensidade e vocação ofensiva que tornava aquele time tão agradável de assistir. Com basicamente os mesmo jogadores, o time agora é burocrático, e conta tão somente com lampejos de Sanchez e Vidal para chegar ao gol adversário. Perdeu da Argentina e só conseguiu a vitória contra a Bolívia devido a um pênalti bem discutível, em que a bola tocou o defensor boliviano no braço que ele escondia atrás do corpo.

Na última rodada, Chile enfrenta o Panamá, que, apesar da derrota por 5 a 0 para a Argentina, foi capaz de vencer a Bolívia pelo mesmo placar, e causou algumas dificuldades contra a Argentina no primeiro tempo. É verdade que o Panamá peca por bater demais, mas não se pode negar que joga com uma intensidade que parece faltar ao Chile. É bem possível que esse jogo se torne uma verdadeira batalha em campo. Se o Panamá vencer o Chile, ele rouba a segunda vaga do grupo.

Possível surpresa: Panamá vence o Chile e se classifica às quartas.

Craque do Grupo: Messi, atacante argentino.



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